Viana do Castelo, 21 jun (Lusa) - Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo reúnem esta quarta-feira em plenário para decidir "formas de luta imediata" contra a anunciada dispensa de 380 funcionários da empresa prometendo contestação "nas ruas" e "nos tribunais".
"Desde que a administração da empresa nos comunicou este plano de reestruturação que temos promovido reuniões e contactos. Amanhã, em plenário de trabalhadores, vamos apresentar e aprovar medidas de contestação imediata a estes despedimentos, sendo que todos os cenários estão em aberto", afirmou à Agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) dos estaleiros.
António Barbosa acrescenta que, se os trabalhadores "assim o quiserem", podem levar a contestação "até aos tribunais", mas sem entrar em mais pormenores.
Para as 16:30 de quarta-feira a CT prevê fazer uma declaração pública, à porta da empresa, sobre as formas de contestação a adotadas e, à noite, vão comparecer na reunião ordinária da Assembleia Municipal de Viana do Castelo "para pedir apoio a todos os agrupamentos políticos".
Certo, garante, é que a contestação dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo vai mesmo regressar ás ruas. "Temos todo o direito de fazer ouvir a nossa voz na rua. São números chocantes que nos apresentaram e não é possível fazer uma reestruturação da empresa quando se manda embora mais de metade dos trabalhadores", apontou ainda.
Quanto aos "inevitáveis" protestos dos próximos dias, António Barbosa afirma que "sem dúvidas" mobilizarão os trabalhadores dos ENVC, mas também antigos funcionários, população e até comerciantes.
"Há comércios e empresas em que metade dos seus clientes são trabalhadores dos estaleiros. E essas pessoas ninguém contabiliza, mas está em causa a sobrevivência de uma região", diz.
A administração dos ENVC admitiu, segunda-feira, que esta reestruturação, em que serão gastos 13 milhões de euros, pretende colocar os estaleiros, detidos a cem por cento pelo Estado, com cerca de 340 trabalhadores até ao final do ano.
A "prioridade" serão rescisões amigáveis e reformas antecipadas, mas no limite a empresa admite avançar com um despedimento coletivo
Os ENVC fecharam com um resultado negativo de 40 milhões de euros o exercício de 2010 e este plano de reestruturação e modernização é justificado para "salvar a empresa".
Aos 67 anos, o maior construtor naval português, atravessa o mais complicado momento da sua história, com um passivo acumulado de 200 milhões de euros e sem novas encomendas em carteira.
FONTE: LUSA.
Como o nosso governo regional gosta muito de brincar com navios tipo batalha naval e acerta muitos tiros é na água , pode ser que o tiro que foi dado na altura do Atlântida e Anticiclone tenha mandado ao fundo os ENVC .é uma pena mas eles até continuam a brincar aos navios . Ele é lanchas de pilotos , ele é negócios do arco da velha com a Transmaçor ( digo Companhia dos Navios Parados ) , ele é o transporte maritimo inter-ilhas que este ano volta a não servir os Açorianos de uma forma justa, ele é não haver um barco para transporte de doentes entre o Faial e o Pico , ele é não ter um barco mais rápido para fazer as ligações no triangulo, enfim... como dizia o provérbio: " Sapateiro que não sabe arranjar sapatos só conserta galochas " .
ResponderEliminarEstá bonito! E as encomendas do ditadorzeco da Venezuela, os navios tanque de asfalto de 27000 t e a compra do Atlantida??? Bem tinham razao os que alertaram , na altura para as patranhas do Chavez, Scrates e outros de cá e de lá.Num blog britânico informam que o chavez já anunciou mais de 65 encomendas, mas só concretizou 2 petroleiros, made in China, q entregou aos amigos cubanos e o Eva Peronde 46000 t que está a ser feito, no meio de mil peripecias, na argentina
ResponderEliminarConcordo com o que diz no comentário, anterior, foi em grande parte os maus negócios feito entre o Etaleiro e os responsáveis Açorianos pela situação que se está a passar na empresa, recordo que o "Anticiclone" stá arrumado em blocos, no estaleiro, não percebo as razões que levaram a prescindir também o "Anticiclone" enfim... política
ResponderEliminarEste caso do Atlântida devia ser objecto de estudo pois o que se passou talvez seja uma imagem do que se passa no País, os nossos Politicos (todos) têem feito um Excelente trabalho a destruir o País, por este andar faltará pouco para concluirem a destruição total.
ResponderEliminarDeixa-me me triste toda esta situação lamento a situação dos trabalhadores dos ENVC.
Quanto ao Anticiclone ouvi dizer que tinha maiores erros no projecto do que o Atlântida, mas não sei se será verdade.
Abraço a todos
Manuel
Em relação ao navio "ANTICICLONE" não sei se tinha ou não mais erros que o "Atlântida", o que posso dizer é que: Para o estaleiro avançar com os primeiros blocos naturalmente que o projeto tem de estar de acordo com as partes envolvidas, o navio "Anticiclone" não chegou sequer a asentar qualquer bloco em doca devido ao cancelamento do contrato quando rescindiram com o Atlântida. Estão vários blocos feitos e arrumados a um canto. O que a maioria dos trabalhadores acham!... É que isto tudo, tem a ver com politiquices e mudanças sucessivas de administrações incapazes de dar continuidade e resolver com as partes os contratos firmados. Por não quererem o "Atlântida" não serve de desculpa para não quererem também o "Anticiclone" por o mesmo conforme referido atrás se encontrar ainda em blocos.
ResponderEliminarPois Amigo tem razão, isto é triste, repare que depois de tantos milhões pelo ar não vai um unico responsavel a julgamento, aliás quem vai pagar a factura são os trabalhadores, espero estar enganado.
ResponderEliminarAbraço
Manuel
Também não posso deixar de lamentar a situação complicada que está a passar os ENVC e de uma forma geral os construtores navais portugueses.
ResponderEliminarÉ possível que ter um barco que custa quase 50 milhões de euros na "montra" sem comprador não seja lucrativo para uma empresa. Mas a verdade é que esse belo e interessante navio não atingiu os desígnios previstos pelo contrato, nomeadamente a velocidade, devido a erros de projecto dos ENVC pelo que um ferry com 16nós de velocidade de serviço não serve os interesses açorianos. Embora me considere muito nacionalista, na minha opinião foi um erro contratuar os ENVC para a produção de dois ferry's pois do género só tinham a experiência do "Lobo Marinho" da Madeira. Mas tenho boa impressão para outro tipos de navio como cargueiros (como o "Corvo").
Vejo o exemplo dos "nuestros hermanos" que têm os Astilleros Barreras que construíram entre outros o "Passió per Formentera" que tem optimas características (20nós de serviço).
Tenho pena sobretudo pelos trabalhadores pois os ENVC tiveram muita culpa na situação actual que se encontra essa muito estimada empresa.
Um abraço
Boas Diogo, ainda bem que falas no "Passio per Formentera", pois gosto muito dele.
ResponderEliminarComo os meus amigos calculam não percebo de construção naval, mas parece-me que o projecto não era da autoria dos ENVC, este infelizmente assumiram-no como sendo seu ( se estiver errado agradeço correcção), ouvi várias histórias que nao me atrevo a expor aqui.
Fico imensamente triste pelos trabalhadores, e revoltado por os que levaram os estaleiro a esta situação ficarem impunes, não há justiça neste País.
Abraço
Manuel
Segundo consta, o projeto do Atlântida é de uma empresa Russa que entretanto faliu, não sei se por exigência do armador ou não. O ENVC é uma empresa certificada com provas dadas em todo tipo de navios, mas todos sabemos que se esse navio fosse para um armador estrangeiro de certeza que não acontecia o que normalmente acontece com armadores Portugueses, parece-me que querem é os navios de Graça, por outro lado a velocidade realizada nos testes não foram 16 nós mas sim 17 nós, portanto uma diferênça de 2 n´s = 3,710 metros/hora. Faço uma pergunta!? Consegue-se andar no carro à velocidade máxima? O navio iria navegar sempre à carga máxima? Não acredito!... Não serve de pretexto, para não quererem o navio. O Anticiclone também não dava a velocidade contratada? Não venham com coisas!... Quero referir também que grande parte dos Ferrys construídos no estaleiro do Barreiras, (ESPANHA)vêm acabar nos estaleiros de Viana do Castelo. Pronto é o País que temos e não à volta a dar. Encerro aqui meus comentários sobre este tema.
ResponderEliminarPs: Aos editores deste interessante blogue, podem publicar as fotos que enviei sobre o "Atlântida"
Sousa de Castro
Boas Caro Sousa Castro, como vê e lhe disse este é um tema complicado.
ResponderEliminarAbraço
Manuel
Caro MMB
ResponderEliminarPara a incompetência não há desculpa.
Incompetentes foram os administradores da AntLânticoline e os administradores dos ENVC.
Mas será que não poderemos dizer que existiram processos corruptivos, como veio a lume, de contractuar o ATLÂNTIDA por um preço competitivo e inferior ao dos estaleiros espanhóis e depois de adjudicado o contracto fazer uma data de alterações "estúpidas" até se atingir o preço acordado por baixo da mesa?
Até aí tudo bem, mas a Empresa Pública ENVC estava convencida que a Empresa Pública ATLÂNTICOLINE ficaria com o que fôr que saísse da doca-seca, era do Estado para o Estado ou seja PS para PS, O QUE FALTOU FOI FAZER UM NAVIO COMO DEVE SER E DE FORMA COMPETENTE.
Ora se o estaleiro foi conivente e os administradores incompetentes corromperam o processo quem pagará será sempre o mexilhão.
Tenham VERGONHA.
Abraço
ErrE
Amigo ErrE, é a politica dos Boys no seu melhor, colocam incompetentes à frente das empresas e depois o resultado está à vista eles arranjam outro tacho e os trabalhadores lixam-se.
ResponderEliminarAbraço
Manuel
Não querendo insistir em demasia neste assunto e querendo apenas dar uma opinião de comum açoriano, que é apenas um usuário dos transportes marítimos inter-ilhas, acho que o "Atlântida", com muita pena minha, não correspondeu às minhas expectativas como parte de uma solução efectiva para os transportes marítimos açorianos, muito devido às alterações efectuadas (que segundo o noticiado fez com que atingisse 16,5 nós a 85% da potência em vez dos 19 nós a 75% para além de uma aumento no calado).
ResponderEliminarE para que acha que 2 nós não fazem diferença, 2 nós fazem a diferença de 35 minutos na viagem ente S.Miguel e Terceira; 2,5 nós - 45 minutos.
E admito que o "Passió per Formentera" corresponderia bem mais ao que desejo para os Açores... Enfim opiniões!
Um abraço
Boas Diogo, também não quero falar muito no Atlântida até porque isso seria imenso trabalho de investigação, mas acho que a raiz do mal começa no projecto.
ResponderEliminarQuanto ao "Passio per Formentera", tenho um post que ajuda-te a perceber que estamos os dois de acordo em relação a este ferry:
http://oportodagraciosa.blogspot.com/2010/05/passio-per-formentera-recebe-premio.html
Abraço
Manuel