Demecília Freire é uma especialista nas áreas dos transportes de mercadorias, em todos os modos de transporte e áreas conexas e, na entrevista ao Correio dos Açores, faz um balanço da actividade do sector nos Açores, após a sua experiência e o conhecimento que tem da realidade açoriana, resultante de mais de 40 anos de ligação profissional aos Açores. A especialista defende a existência de um operador portuário em dois portos: S. Miguel e Terceira. “É preciso ter em conta que em Ponta Delgada fi ca cerca de 52% da carga que entra nos Açores. A Terceira tem cerca de 25% e o restante nas outras ilhas. Depois deviam funcionar um ou dois navios inter-ilhas, com gruas, que faziam depois a distribuição semanal”. Copyright texto: Correio dos Açores.
Leia a entrevista completa no Jornal Correio dos Açores ( AQUI)!
19 comentários:
Amigo ErrE, gostei de ler, umas coisas concordo outras não, mas isso é normal pensamos todos nós de maneira diferente.
Fiquei contudo bastante "baralhado", com aquela comparação entre o movimento hora no porto de Ponta Delgada e Singapura!!! Deve ter havido ali um erro de impressão só pode! Aqueles 280 e poucos movimentos não são só de uma grua (portico), e PDL parece-me que a média será outra!
É impressão minha ou a Box tem perdido por não fazer parte destas empresas? Ou será que não pedeu nada mas os outros é que ganharam?
Saludos
Manuel
Bom dia,
A "Senhora" não faz acertos de contas. Não necessita. Quem semeia, colhe. Nem impôs acordo nenhum das Empresas de Lisboa. Esses acordos foram negociados pelos Sindicatos através da Federação Nacional dos Trabalhadores Portuários, liderado pelo Sr. Alexandre Gonçalves, em 1993/1994. A propósito, "à muitos anos" escreve-se "há muitos anos".
Parabéns ao Blog e ao seu mentor.
Cara Srª Demecília Freire, obrigado pela sua visita e pelo comentário.
Como referi acima, concordo com alguns pontos, embora seja um olhar sobre o tema de um mero fan do shipping e não de um profundo conhecedor. Mas também lá tenho a minha opinião estilo "treinador de bancada".
Concordo com a opinião sobre a Atlânticoline, pode e deve dar mais à economia dos Açores, bem sei que isso será muito difícil. Aqui neste blog já apresentei a minha humilde visão sobre os transportes marítimos insulares, se tiver tempo e paciência pode ler aqui a minha "tactica de treinador de bancada":
http://oportodagraciosa.blogspot.pt/2011/07/3-navios-para-um-novo-sistema-de.html
Concordo consigo quanto ao HUB, mas não gosto de falar nesse tema, mas julgo que não será crime dizer que também não acredito, ainda pra mais numa altura em que se avizinha alterações quer pelas consequências da entrada dos mega porta-contentores quer pela abertura do novo canal do Panamá.
Um dia disseram-me que são os operadores a escolher a localização dos Hubs e não os portos!
Já agora tendo a possibilidade de perguntar directamente, não entendi a questão das médias horárias.
Cumprimentos e volte sempre,
Manuel
PS: Se um dia lhe apetecer escrever algo sobre o seu modelo de transportes marítimos para os Açores a porta do blog está aberta, mesmo que seja diferente da minha opinião!
Caro MMCB
Peço-te que substituas o meu anterior comentário por este, a bem da língua portuguesa.
Caro MMCB
"Penso que a senhora estará a fazer um acerto de contas.
Lembro que é ela uma das arquitectas do modelo portuário que agora ataca.
Impôs há muitos anos o acordo colectivo de Lisboa às EMPRESAS DE OPERAÇÕES PORTUÁRIAS de Ponta Delgada, Praia da Vitória e Horta, queixando-se agora que não funciona.
O futuro chegou à Praia da Vitória desde 2000, talvez fosse melhor ir lá ver como se fez."
Muito mais haveria a dizer, mas é melhor que o passado fique onde está.
Abraço, e agradecido
ErrE
Quoting: "Depois deviam funcionar um ou dois navios inter-ilhas, com gruas, que faziam depois a distribuição semanal". Errr.. E as rampas foram construídas para quê? Para fugir-se da carga rodada? Pelo menos navios mistos.
Caro Visitante, Obrigado pelo comentário, concordo!
É minha convicção que um serviço ferry coordenado com o serviço de porta-contentores pode ser um motor do desenvolvimento sócio-económico dos Açores, permitindo uma fácil circulação de pessoas e bens, criando dessa forma uma mercado insular "livre". Com os ferrys potenciamos a circulação de passageiros algo de extrema importância para as pequenas ilhas que vivem o flagelo da desertificação!
Obviamente que isto não será agradável para alguns!
Cumprimentos e volte sempre
Manuel
Caro Manuel,
concordo com um serviço ferry coordenado com o serviço porta-contentores,como na madeira, a diferença é que na madeira a porto santo line e a ENM pertencem ao grupo Sousa ,ao seja, apesar de um poder causar perda de serviço ao outro o dinheiro fica no mesmo grupo. Se isso acontecer nos açores o ferry seria da Atlanticoline e os porta-contentores da transinsular, box e mutualista, todas elas de grupos diferentes.
Abraço
Bernardo Pinheiro
Boas Bernardo,
Quando digo coordenado quero dizer que teria que haver coordenação em determinados aspectos tal como por exemplo as rotações!
Não faria sentido irem na mesma semana ás Flores o porta-contentores e o ferry (apenas um exemplo).
Veremos para onde o futuro nos leva, penso que não será aquilo que gostava, por muitas razões!
Abraço
Manuel
Caro Manel, mais uma vez parabéns por teres colocado no teu blogue um assunto de extrema importância como é o da entrevista da Dr.ª Demicília Freire.
Cara Amiga Dr.ª Demicília Freire: Gostei muito de ver e de ler a sua entrevista, não só porque se trata de uma pessoa há muitos anos no mercado dos tranportes marítimos e do trabalho portuário, mas tamnbém porque nunca se houve falar destes assuntos vindos de S. Miguel...
Quanto à OPERPDL, embora saiba qualquer coisa, não me pronuncio. Concordo no entanto com Rui Carvalho quando afirma que o futuro já chegou à OPERTERCEIRA em 2000. Quanto às Empresas de Estiva Açorianas em geral, cabe-me dizer que nasceram assim porque em 1994/5 as coisas estavam como sabemos com o famosos "Orgãos de Gestão Bipartida" e com a necessidade de mandar dezenas de estivadores para a reforma. Acho que o Governo fez bem em participar com 20% nas empresas e acho que nelas deve continuar. Aliás a sua entravista acaba por dar a perceber que o Governo através da PA -se tiver lá bons e competentes representantes - serve de equilíbrio aos vários interesses instalados. A dr.ª, aliás, acaba por d reconhecer que a PA deveria fazer parte do corpo accionista de um Operador Portuário a estabelecer nos portos de PDL e PV.
Quanto á questão da política de transportes marítimos estamos de acordo. De facto, hoje, está ultrapassada e o frete é caríassimo e injustificável. Escrevi em Novembro uma série de artigos no Diário Insular e que estão também aqui neste blog.
Quanto ao HUB na PV, tenho muitad dúvidas pelo que acho que deve ser bem estudado. É óbvio que o actual porto, tal como está, não dá. Teria que ser objecto de enormes obras. Também é óbvio que tal só será possível se houver um operador/armador forte muito interessado.
Um grade abraço. Esceva-me para jmribeiropinto@sapo.pt
José Ribeiro Pinto
Caro Amigo Eng. Ribeiro Pinto, fico feliz por o "ver" por cá! E com o seu comentário me ensinar algo mais. Lembro que este blog é para mim em primeiro lugar um ferramenta de aprendizagem, que valoriza-se com a participação de pessoas ligadas ao sector como o Sr Eng. o Cmdt Rui e a Drª Demícilia.
Deixo aqui um link para a Etiqueta que contém os seus artigos publicados no DI e aqui neste blog com a sua autorização.
http://oportodagraciosa.blogspot.pt/search/label/Galeria%20de%20Eng.%20Ribeiro%20Pinto
Uma Saudação Portuária a Todos!
Manuel
Essa OPERPDL continua um mar de surpresas e os accionistas parece que se estão nas tintas para ela, ninguém se preocupa saber porque é que dá prejuizo, ninguem quer saber porque há desigualdade na aplicação de tarifários, niguém quer saber porque não há uma politica igual nos créditos, ninguém quer saber porque é que não há actas das reuniões, etc.etc.
Fez muito bem a Dra. Demecília em abandonar um barco que se está a afundar e os sócios a assobiar para o lado.
Eu que estou no cais, sou estivador posso ver que na Operpdl ninguém se entende. Ainda não pagaram ao pessoal o aumento desde Janeiro de o,5%. Porquê, ninguém diz. Cá andamos ao mando do bando do Conselho da Gerencia.
Isto só lá vai com uma boa greve.
Caros Visitantes, gosto de ver por cá um estivador, tenho grande respeito pela classe, classe que a nível nacional sofre um grande ataque!
Quanto à Operpdl, não poderei comentar mas os comentários e o artigo da Drª Demecília, levantam grandes preocupações!
Cumprimentos e voltem sempre
Manuel
Eles infomaram o Sindicado que não só não assinavam a acta da última reunião como não pagavam o aumento acordado de 0,5%.
Eles puseram a D. Dmecília na rua porque ela incomodava-os muito e defendia os estivadores e não pactuava com os jogos daqueles boys.
Sou estivador no porto de ponta delgada. no bando dos boys eles também não se entendem. Nunca vão ao cais. o qué que eles sabem da estiva do nosso trabalho, nada. O que vai ser da companhia. todos estamos com muito medo.
Sou da estiva. Trabalho quando á trabalho.
Não sei o que a Operpl vai fazer. Eles não falam com a gente, não disem nada. O que devemos fazer. Não sei, mas se calhar a greve é o que que temos.
Boas Caros Amigos,
O que fazer é uma boa pergunta! Parece que a situação não é simples, se calhar está na altura do sindicato trabalhar tentando responder ás vossas perguntas!
Cumprimentos
Manuel
Podem ser más notícias para o projeto do Hub atlântico no porto da Praia da Vitória
Panamá pisca o olho
ao porto de Sines
O desenvolvimento do projeto para um Hub (centro de distribuição de carga) atlântico no porto da Praia da Vitória pode estar a conhecer um obstáculo.
Um dos argumentos a favor deste grande empreendimento seria a abertura do canal do Panamá, que permitirá, a partir de 2014, a circulação de grandes navios cargueiros desde a zona do Pacífico até ao Atlântico. No entanto, o país da América do Sul está de olhos postos no porto alentejano de Sines.
De acordo com as notícias que circulam pela generalidade da comunicação social nacional, o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, que está de visita a Portugal, garante que as obras de alargamento do canal "vão beneficiar" o país. Martinelli avançou que o Porto de Sines será a porta de entrada de muitos produtos que vêm da América Latina e Central para a Europa.
"Uma vez concluída a expansão do canal do Panamá, Portugal vai ser uma das economias que mais vão beneficiar", afirmou, aludindo à capacidade de o Porto de Sines receber grandes navios, avançava, terça-feira, a Renascença.
Um dia antes, o "Diário Económico" também indicava Sines como porto prioritário. "A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) e a Administração do Porto de Sines (APS) celebraram há cerca de um ano um acordo de cooperação mútua, que privilegia o porto alentejano no conjunto dos concorrentes europeus como destino do aumento de cargas", pode-se ler, no artigo intitulado "Canal do Panamá elege Sines para porto europeu prioritário".
A visita do chefe de Estado do Panamá a Portugal, a convite do Presidente da República, Cavaco Silva, terá esta matéria como ponto central.
"O porto de Sines foi incorporado por Bruxelas, pela União Europeia, como parte do corredor ibérico de infra-estruturas portuárias. É um porto de águas profundas, o que lhe permite ter capacidade para receber os navios 'pós-panamax', que irão atravessar o Canal do Panamá depois de concluída a sua ampliação, o que deverá acontecer até ao final de 2014. E o porto de Sines é o que está mais próximo na Europa, encontrando-se quase em linha reta com o Canal do Panamá", avançara já Federico Richa Humbert, embaixador do Panamá em Portugal.
Entretanto, a China tem vindo a desenvolver negociações com vários países da América do Sul para um novo canal interoceânico.
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