A Portos dos Açores, S.A., informa que abriu já um processo de inquérito e vai promover a realização de peritagens técnicas para apurar a causa do acidente ocorrido na noite de sexta-feira em São Roque do Pico, que resultou na morte de um passageiro que viajava entre as ilhas São Jorge e Faial a bordo do navio “Gilberto Mariano”.
A administração portuária pretende ver garantidas todas as condições de segurança para pessoas e bens no porto de São Roque, na ilha do Pico, onde os navios operados pela Transmaçor – Transportes Marítimos Açorianos, Lda. fazem escala, por norma, quatro vezes ao dia, duas em cada sentido, na rota que liga a cidade da Horta à vila das Velas.
Neste âmbito, logo após o acidente, foram mantidas diversas reuniões de avaliação, que culminaram já na manhã de sábado num encontro entre responsáveis e técnicos de diferentes áreas da Portos dos Açores, S.A. com o Capitão do Porto da Horta e a gerência da Transmaçor, na qual foram definidos dois tipos de medidas, imediatas e corretivas.
Assim, numa primeira fase, até à reposição de um cabeço de amarração quebrado em São Roque do Pico, a operação de navios da Transmaçor naquela infraestrutura marítima limitar-se-á, por regra, ao transporte de passageiros, sendo utilizado o cais comercial e reduzido o recurso à rampa Ro-Ro. Numa segunda fase, após a conclusão das averiguações agora em curso e reforço das condições de amarração de navios, a operação irá ser retomada, sem restrições.
O inquérito e a peritagem agora decididos alargam o âmbito de outra investigação técnica que a Portos dos Açores, S.A. tem em curso com vista ao restabelecimento da normalidade da acostagem de navios de transporte de passageiros e viaturas no Terminal Marítimo ‘João Quaresma’, da Madalena do Pico, onde na quinta-feira também dois outros cabeços de amarração cederam.
Neste caso, iniciaram-se de imediato os trabalhos com vista à reposição das estruturas de amarração acidentadas, o que se estima se encontre ultrapassado durante a próxima semana.
Até à determinação da origem destas ocorrências, a operação de transporte marítimo de passageiros na Madalena do Pico está transitoriamente deslocada para o cais da gare antiga daquela infraestrutura portuária, onde se manterá estes dias.
A administração portuária lamenta a ocorrência da última noite em São Roque do Pico, expressando as mais sentidas condolências à família da vítima mortal.
A Portos dos Açores, S.A. assegura ainda que irá promover todas as diligências para que o normal funcionamento da rampa Ro-Ro daquele porto e do cais do novo Terminal Marítimo ‘João Quaresma’ seja retomado, sem limitações, no mais curto prazo.
Horta, 15 de novembro de 2014
Portos dos Açores, S.A.
[Departamento Jurídico, Administrativo e de Comunicação]
12 comentários:
"A administração portuária lamenta a ocorrência da última noite em São Roque do Pico, expressando as mais sentidas condolências à família da vítima mortal."
De todo o comunicado só há esta referencia à morte do passageiro. Será que acaba aqui a responsabilidade da Portos dos Açores???
Uma vida humana terá de obrigar a outro tipo de responsabilização por parte das entidades. A segurança das pessoas (e a vida por maioria de razão) tem de ser encarada como um bem acima de qualquer outro valor.
Desta situação não pode surgir outro caso em que a "culpa morre solteira".
Lamentável!!!
Amigo,
A Portos dos Açores, tal como refere no comunicado já está a trabalhar na avaliação do problema.
Tenho a certeza que esta saberá encontrar as respostas que procura.
Mas embora o cabeço seja da Portos dos Açores, o navio e o cabo que fazia tracção no cabeço não o são! Por isso vamos esperar para perceber o que falhou.
Abraço
Manuel
para mim quem falhou, deve ter sido o mestre do Gilberto Mariano, pois é muito estranho o santorini, barcos de contentores atracarem no mesmo porto e nao arrebentar cabeços etc! muito estranho mesmo!
Se calhar ainda vão apurar que a corda era muito forte, que o cabeço tinha estado em manutenção à pouco tempo, e todos vão continuar nos seus cargos alegremente dentro de dias.
Meus caros visitantes,
Neste ou em outro assunto não devemos ser precipitados a julgar! Também eu em determinados assuntos o faço, mas por vezes um pouco mais tarde fico com a noção que fui injusto e precipitado!
Neste caso, temos a Portos dos Açores mas também a Transmaçôr! A um cabe a responsabilidade do caís a outra a do navio.
Todos nós pensamos no cabeço, mas existem mais factores a ponderar.
Sendo assim para julgarmos com justiça, temos de resolver uma série de equações: Qual a capacidade do cabeço? Qual a capacidade de tracção do cabo, o seu cumprimento, a sua elasticidade, qual a força exercida pelo navio ao conjunto, qual a ondulação e a sua força exercida ao conjunto. E saber provavelmente mais questões que ficam para quem sabe (não eu). Depois então se poderá ter uma ideia concreta do que pode ter acontecido não apenas aqui mas também na Madalena (cabeços novos).
Nesta altura devemos pedir que a análise se faça com tempo para evitar decisões precipitadas com más consequências.
Não se podendo devolver a vida ao senhor, pelo menos que lhe façamos a homenagem de este infeliz acidente ter uma investigação justa.
Cumprimentos
Manuel
Boa tarde,
Sei perfeitamente que cabeço se tratava, não era um cabeço dos novos é verdade! Era um cabeço que já lá estava no porto comercial, mas não era um cabeço para os navios porta contentores! Era um cabeço pequeno junto à grua que apenas servia para embarcações de recreio ou mais pequenas.
Cumprimentos
Tem razão o anónimo das 12.50
Na verdade o cabeço danificado pertencia ao cais comercial. Tinha mais de 30 anos, seguramente.
Só que o cabeço feito na rampa nova para o mesmo efeito, foi arranrado nas primeiras manobras...
Ninguèm fala disso.Porquê?
E de lamentar o acidente e a morte do passageiro,mas aqui quero recordar que na chegada do Ferri Mestre Simao,o Mestre foi entrevistado pela Radio Lumena ou pelo jornal Breves que lhe perguntaram dos portos a operar qual lhe oferecia mais reparos ele respondeu o de S.Roque do Pico. Os resultados vem de encontro a openiao demonstrada pelo Mestre.
o cabeço novo da rampa nova foi retirado para melhorar a operacionalidade da mesma uma vez que se situava na zona onde assenta a rampa do ferry .
Ainda não ouvi ninguém falar no que falhou no plano de emergência do barco para aquela situação. Morreu uma pessoa, toda a gente sabe que os centros de saude do Pico tem poucas condições. Onde falhou o socorro? Ha que pensar nisso.....
"Não se podendo devolver a vida ao senhor, pelo menos que lhe façamos a homenagem de este infeliz acidente ter uma investigação justa." ???
Devem ser apuradas todas as responsabilidades e assegurar que familia da vitima seja devidamente apoiada e indemnizada!
Descansa em Paz meu caro amigo Z.N.
Totalmente de acordo, ninguém pensa o contrário!
Mas primeiro uma investigação competente , para evitar acontecimentos destes no futuro.
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