terça-feira, 2 de julho de 2013

Governo Regional cria grupo de trabalho para desenvolver projeto do 'hub' atlântico no Porto da Praia da Vitória

Copyright texto: Gacs
Copyright fotos: 1ª Gacs; 2ª a 4ª, MM Bettencourt.
O Secretário Regional do Turismo e Transportes anunciou hoje a criação de um grupo de trabalho “que irá fazer todos os desenvolvimentos a nível de projeto, quer na parte operacional, quer na parte económica”, para que o Porto da Praia da Vitória, na ilha Terceira, se torne “no verdadeiro 'hub' atlântico no transporte de carga marítima de e para a Europa”.

Vítor Fraga, que falava durante uma visita às instalações portuárias, revelou que este grupo vai desenvolver o trabalho que já foi feito até agora, salientando que existem “questões operacionais que necessitam de ser aprofundadas e clarificadas”.

O trabalho deste grupo permitirá “perceber até onde é que temos que ir em termos de investimento, desenvolver o projeto económico para esta situação, ter um projeto que seja sustentável", acrescentando que depois o Governo desenvolverá junto da União Europeia "todas as diligências para arranjar adeptos para esta causa”.

O titular da pasta dos Transportes lembrou que o desenvolvimento deste projeto “não é um sprint, é uma corrida de fundo, uma maratona".

"É preciso ser muito persistente e estarmos preparados para ultrapassarmos todas as barreiras e todas as dificuldades com que nos vamos deparar, porque aqui há uma clara mudança de paradigma no transporte marítimo de carga que existe atualmente”, afirmou.

Vítor Fraga sublinhou a necessidade de garantir “um projeto sustentado em termos operacionais, mostrar claramente as mais-valias que advêm da localização do porto e das condições que temos ao nível do porto da Praia da Vitória”, mas também de assegurar “uma sustentabilidade económica para o projeto”.

O Secretário Regional frisou ainda que é necessário “convencer a União Europeia das mais-valias que este projeto tem”, já que a implementação do mesmo representa “uma alteração radical do modelo que existe”.

Atualmente, referiu Vítor Fraga, “temos um modelo que é fechado, que se baseia no tráfego de grandes porta-contentores”, ao passo que o modelo que o Governo dos Açores quer implementar “vai quebrar um pouco a barreira do que existe”, assentando num “modelo de utilização dos portos de média dimensão ao nível da Europa, com uma distribuição centralizada a partir dos Açores, de e para a Europa”.

Este modelo, segundo o Secretário Regional, “traz vantagens muito significativas ao nível ambiental, nomeadamente com a redução do tráfego rodoviário a partir de Roterdão, que é de onde se faz hoje toda a distribuição de carga para a Europa e, consequentemente, com a diminuição da emissão de CO2”.

O grupo de trabalho hoje anunciado será constituído por Luís Quintanilha, Diretor Regional dos Transportes, Roberto Monteiro, Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Célia Azevedo, da Subsecretaria Regional da Presidência para as Relações Externas, Lara Martinho, da Sociedade de Desenvolvimento Empresarial dos Açores, Sandro Paim, da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, e Miguel Correia, da Portos dos Açores.

Este grupo de trabalho irá fazer todo o acompanhamento deste processo, para ser possível ter "uma defesa sustentável daquilo que consideramos ser muito importante e fundamental para o desenvolvimento do Porto da Praia e para o desenvolvimento da Região no contexto global do tráfego marítimo".

"Temos que potenciar ao máximo, quer as infraestruturas físicas que nós já temos, quer a nossa posição geoestratégica”, defendeu Vítor Fraga.

12 comentários:

Anónimo disse...

Estudos, grupos de trabalho e mais não sei o quê. Não seria mais produtivo a Portos dos Açores/Governo Regional sondarem vários armadores internacionais para avaliarem o real interesse em usar o Porto da Praia?

Rui Carvalho disse...

Caro MMB

Penso que é melhor fazer o trabalho de casa, antes de se poder ir lá fora fazer má figura.
Venham lá esses estudos.

Abraço

ErrE

Manuel Bettencourt disse...

Caro visitante, gostaria muito de comentar, mas como mete a Portos dos Açores pelo meio, vou optar pelo silêncio!

Cumprimentos
Manuel

antonio sáez disse...

En política se dice que para parar un asunto, lo mejor es crear una comisión que lo estudie.
SaluDos.

Manuel Bettencourt disse...

Amigo Rui,

Tu sabes bem o que penso, não preciso dizer nada!

Abraço,
Manuel

Anónimo disse...

Estes políticos até me dão vontade de rir, nesta dita comissão temos e sem desmérito de ninguém tudo especialista na área portuária...Qual é a companhia que está interessada em deixar contentores no meio do Atlântico no sentido Américas e Europa ou vice versa, esta é uma pergunta deveras pertinente, não brinquem com a vida dos outros.

Anónimo disse...

Meus caros amigos, é mais uma anedota para nos rirmos. Desde quando uma "hub" no meio do Atlantico teria interesse para os grandes armadores mundiais. Só podem estar a gozar com a nossa cara. Sines está neste momento a perfilar-se para trabalhar com o P3(coligação dos 3 principais tranportadores a nivel mundial) no intuito de ser um porto distribuidor e por isso este "hub" deve ser para a distribuição da "mercadoria" que costuma a vir proveniente da América do Sul

Manuel Bettencourt disse...

Caros Visitantes, obrigado pela vossa participação, continuo sem coragem para comentar este tema...

Cumprimentos
Manuel

Manuel Bettencourt disse...

Caro visitante, aquela parte sobre pântanos e afins, peço desculpa mas acho melhor não publicar, sabe que se o fizer terei eu e não o meu visitante que dar explicações.

Peço desculpa mais uma vez, mas já caí nessa asneira e uma vez!

Cumprimentos
Manuel

PS: Não quer dizer que discorde de si!

António Barreto disse...

Poderá ser, ou não, viável, porém, sem análise idónea tal não se apurará! Um estudo prévio é relativamente simples de fazer. Porque não fazê-lo?

Manuel Bettencourt disse...

Amigos António Saez e António Barreto,

No sistema de transporte e distribuição de combustível inter-ilhas, o navio tanque "Chem Daisy" para abastecer as ilhas do grupo central e ocidental vai carregar a PDL ignorando a PVT e o seu parque de combustíveis, tornando a viagem mais cara em consequência de ser mais longa!

Pergunta, não seria mais fácil ganhar em primeiro lugar estes navios? Ou será que é mais fácil ter influência perante os gigantes do mundo do shipping e não conseguir que um "pequenito" por exemplo abasteça na PVT?

Um saludo aos dois
Manuel

António Barreto disse...

Caro Manuel; a sua questão é pertinente, é necessário conhecer os tráfegos de longo curso e costeiros coorrelacionáveis, as tendências do tráfego marítimo e as concorrências atuais e emergentes.Só então,inventariando as potencialidades do PVT se poderá "descobrir" a sua vocação estratégica.