quarta-feira, 16 de maio de 2018

Estreia do lendário N/V "Santa Maria Manuela", no Porto da Graciosa





© Copyright fotos: MM Bettencourt, Graciosa
O porto da Graciosa, teve o grande prazer de receber hoje pela primeira vez o lendário veleiro,  "Santa Maria Manuela", um dos  sobreviventes da chamada "Frota Branca Portuguesa".  . As  Boas-Vindas a este veleiro "carregado" de história, foram dadas ao som da centenária Filarmónica União Praiense,  pelo Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, Dr. Avelar Santos,  e pela Portos dos Açores, através do responsável pelo porto Sr. José Ataíde. Sejam Bem-Vindos à ilha Graciosa!
Lisboa  10 de Maio de 1937, vivia-se um dia especial. Na Rocha do Conde de Óbidos, em Alcântara, centenas de pessoas amontoavam-se para assistir ao lançamento à água de dois navios acabados de
construir: O Santa Maria Manuela e o Creoula. Nesse dia os estaleiros da Companhia União Fabril (CUF) encerraram as portas para permitir que todos participassem na cerimónia.
Vasco Albuquerque d'Orey foi o armador da Empresa de Pesca de Viana, que encomendou o Santa Maria Manuela aos estaleiros da CUF. O casco é em aço, detalhe importante para navegar em mares com gelo. O navio foi batizado com o nome da mulher do armador, Maria Manuela, mãe de 16 filhos.
O Santa Maria Manuela foi construído para a pesca do bacalhau. A partida dos navios para os bancos da Terra Nova e Gronelândia era um momento muito emotivo com a despedida das famílias e a presença de altas figuras da Igreja e do Estado. As lágrimas dos familiares contrastavam com o sentimento de grande expectativa dos pescadores em regressar a Portugal com os porões dos navios cheios de bacalhau. O peixe era o seu único meio de subsistência.
As campanhas duravam cerca de seis meses e iniciavam-se com uma viagem desde Lisboa. A bordo do navio seguiam cerca de 70 homens experientes e preparados para enfrentar a agrura dos mares do Norte.
Os Dóris
No convés do Santa Maria Manuela seguiam dezenas de dóris – pequenas barcos de fundo chato. As embarcações só desciam à água depois de o capitão verificar as condições de pescar e dar a ordem: "Vamos arriar com Deus." Um dóri levava apenas um pescador. Depois de tocarem os mares gelados cada homem seguia o seu destino, à força de remos ou com o apoio de uma pequena vela. Por vezes os pescadores afastavam-se várias milhas do SMM, e desapareciam debaixo de nevoeiro cerrado. Os pescadores passavam 12 horas consecutivas nos dóris. Lançavam à água centenas de metros de linha com anzóis e isco. Quando  o dia corria bem um só pescador conseguia apanhar meia tonelada de bacalhau. Registaram-se casos em que os dóris afundaram com o excesso de peso, tal era a vontade e entusiasmo dos pescadores. Ao regressarem a bordo os homens jantavam – sopa, peixe e uma caneca de vinho – e tratavam de escalar e salgar bacalhau. O SMM só regressava a casa quando os porões estavam cheios de peixe. "Era o dia mais feliz a bordo, assim que içava a bandeira nacional e iniciávamos a viagem de regresso a Portugal", conta Vitorino Ramalheira, antigo capitão do SMM.
O Santa Maria Manuela sofreu várias alterações estruturais ao longo dos anos. Desde a retirada de mastros à instalação de uma ponte de comando. Foi acompanhando a evolução dos tempos que ditou o fim da pesca à linha e dos dóris. Em 1993 foi considerado obsoleto e desmantelado, sobrando apenas o casco de aço. No ano seguinte nasceu a Fundação Santa Maria Manuela, um projeto que reunia 17 instituições e um objetivo: recuperar o navio. Mas só em 2007, depois de o casco ser adquirido pela empresa Pascoal é que se iniciou a recuperação. O projeto demorou quatro anos a concluir. No dia 10 de Maio de 2010 – data do 73.º aniversário – o SMM surgiu à entrada da barra de Aveiro com as velas içadas e o casco pintado de branco para atracar no seu novo cais, na Gafanha da Nazaré (onde está situada a sede da Pascoal). Era o primeiro dia da segunda vida do navio. Em novembro de 2016, o Santa Maria Manuela foi comprado pela empresa Recheio, do Grupo Jerónimo Martins. O SMM tem condições únicas para viagens oceânicas, eventos, festas e formação de mar.
Do casco renasce um navio
O Santa Maria Manuela sofreu várias alterações estruturais ao longo dos anos. Desde a retirada de mastros à instalação de uma ponte de comando. Foi acompanhando a evolução dos tempos que ditou o fim da pesca à linha e dos dóris. Em 1993 foi considerado obsoleto e desmantelado, sobrando apenas o casco de aço. No ano seguinte nasceu a Fundação Santa Maria Manuela, um projeto que reunia 17 instituições e um objetivo: recuperar o navio. Mas só em 2007, depois de o casco ser adquirido pela empresa Pascoal é que se iniciou a recuperação. O projeto demorou quatro anos a concluir. No dia 10 de Maio de 2010 – data do 73.º aniversário – o SMM surgiu à entrada da barra de Aveiro com as velas içadas e o casco pintado de branco para atracar no seu novo cais, na Gafanha da Nazaré (onde está situada a sede da Pascoal). Era o primeiro dia da segunda vida do navio. Em novembro de 2016, o Santa Maria Manuela foi comprado pela empresa Recheio, do Grupo Jerónimo Martins. O SMM tem condições únicas para viagens oceânicas, eventos, festas e formação de mar.







   







 




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